A doce vingança

Foi só unir os fatos.

Eu estava viajando a trabalho. Ficaria dois meses em outro estado. Naquela época eu namorava. 
Um rapaz bonito de olhos escuros como a noite e sorriso tão encantador que chegava a ser perturbador.
 Trocávamos juras de amor e tudo indicava que ficaríamos juntos para sempre era quase um amor perfeito. 
Diego era o nome dele, simples como a natureza do seu ser.
Apenas uma coisa me incomodava: uma menina que se dizia melhor amiga dele, e que era sua ex. 
Por mais que ele dissesse que não falava com ela, ela vivia me provocando nas redes sociais dando a entender que eles ainda se falavam e com freqüência. 
Ela era bonita com seus cabelos escuros e olhos negros, e eu morria de ciúmes, pois eu era baixinha de cabelos compridos e castanhos, meus olhos grandes e pretos como os de Diego.
 Nada comparada a beleza de Carla.
Eu vivia trabalhando, mas nunca deixei de dar a devida atenção a Diego e para ser sincera eu daria minha vida por ele.
Quando viajei, mantinha contato com ele pelo Facebook. 
Para boa desconfiada, como eu era, tinha ela adicionada também.
Nas primeiras semanas tudo ocorreu bem. Ele trabalhava num restaurante e eu fazia conferencias de vendas. Falávamos-nos por sms e por Facebook o tempo todo.
Mas na terceira semana ele começou a ficar ocupado sempre na mesma hora.
 Dizia que ia jogar futebol com os amigos. Eu não era ciumenta, apenas paranoica.
Eu jamais toleraria uma traição. Mas eu confiava nele, mas nela não.
Todos os dias ele saia. Tudo bem. Eu não poderia sufocá-lo, mas comecei a perceber que Carla, a amiguinha dele saia no mesmo horário e fazia questão de postar uma foto ou um status dizendo que tinha “coisas a fazer”.
Alguns dias depois isso se repetiu. Logo eu não conseguia mais dormir. Eu perguntava para ele onde ele estava indo, todo dia uma desculpa diferente.
Faltavam alguns dias para eu voltar para casa, em torno de uma semana.
Foi quando eu vi algo que ferveu meu sangue.
Carla mandou uma mensagem para uma amiga minha dizendo que havia fica com Diego.
Eles estavam se encontrando.
Chorei desesperadamente. Ele estava me traindo!
Mas eu deveria pensar com calma. Para minha surpresa as conferencias terminaram mais cedo e eu poderia voltar para casa. Claro que não avisei  e continuei o tratando normalmente.
Arrumei minhas coisas e voltei para casa. Ele estava no trabalho quando eu retornei.
Eu possuía amigos nas ruas, fiz alguns contatos e consegui um revolver 38. Não era grande coisa, mas serviria.
Continuei falando com meu namorado por sms. Como sempre em tal hora ele disse que iria sair. Concordei e fiquei esperando. Peguei a chave da casa dele e antes dele cheguei a sua casa.
Ele não possuía vizinhos, pois era um loteamento novo.
Fiquei escondida.
As 16h ouvi a chave girando na fechadura. Ouvi risinhos. Eram eles. Havia sangue nos meus olhos e minha vontade era de ter nas mãos.
Fiquei na lavanderia. Deixei eles ficarem a vontade.
Com luvas eu tinha o 38 já engatilhado.
Eu sempre tive um demônio em meu corpo, e Diego o havia despertado.
Com a porta da lavanderia entreaberta eu podia vê-los. Ele a beijava ferozmente e ela retribuía. 
Não demorou muito para que eles ficassem nus. Quando iam concluir o ato e sai da lavanderia com o revolver em punho. Adentrei o quarto abruptamente e pigarreei.


O terror se estampou no rosto dos dois.


-Laura! – Ele gritou enquanto se cobria.
Carla ria descaradamente.
.Olá amorzinho. – eu disse rindo e com os olhos turvos de ódio.
Com a arma apontada para a cara deles eu me aproximei e peguei Carla pelos cabeços  e fiz ela se ajoelhar a mim.
Ela gritava e implorava para mim não mata-la. Diego olhava tudo aterrorizado.
Meus olhos escuros pareciam um abismo sem fim.
-É por esse lixo que você tem me trocado? Que mau gosto.
Ela chorava e o choro dela me deixava mais insana.
-Nescau (um apelido particular), por favor, foi um erro! Me perdoa! Mas não estraga sua vida por isso! Não nos mate, por favor! –  implorava.
-Eu matar vocês? Está louco? Nunca sujaria minhas mãos com dois lixos como vocês!
-Então o que você vai fazer sua louca!? – Carla suplicava.
-Olha só, a ração de cachorro fala! – eu disse segurando firme o cabelo dela.
-Eu vou acabar com vocês. – eu disse sorrindo.
-O que? – os dois gritaram.
-SIM! VOCÊS DOIS, RATOS IMUNDOS! - eu estava perdendo o controle.
Joguei Carla de volta para ele e engatilhei o 38. – acho que eu terei que estourar a cabeça de vocês!
-Laura você está louca! –  dizia.
-Não querido. Louca eu fui quando confiei em você. Eu daria minha vida por você seu trapo! – as lágrimas escorriam de meus olhos.
-Me perdoa! Ele dizia.
Eu olhei para aqueles dois, o cara que eu iria me casar e a melhor amiga dele. Nus na cama onde eu me entreguei a primeira vez para aquele sem vergonha.
 A raiva pulsava dentro de mim. Doía em minha alma a traição.
Pensei algumas vezes e decidi. Com a voz colérica, porém muito sóbria eu disse:
-Eu não vou matar vocês.
Eles suspiraram aliviados.
-Obrigada minha anjinha! -  dizia.
-Mas antes vamos acabar com isso sem mágoas. Sirva vinho para vocês dois Carla.
-Não quero beber – ela disse.
-AGORA SUA CADELA! – Encostei a arma na cabeça dela.
Havia uma garrafa de vinho pela metade e dois copos, que provavelmente o casal de traidores havia bebido. Com a arma na cabeça de Carla a fiz servir duas taças. Ela entregou uma a ele e outra ficou com ela.
-Agora bebam. E sejam felizes. - eu disse.
-O que? – eles disseram em um uníssono.
-BEBAM! – Eu gritei. – TUDO!
E eles com medo da arma, obedeceram.
E ficaram me olhando. Levantei e liguei o rádio. O Skillet soou por todo o recinto. Cretino! Até mesmo am musica que ele dizia que fazia ele lembrar de mim ele escutava com ela.
Sentei e fiquei os observando.
Passaram-se alguns minutos e eles ainda me olhavam sem entender nada.
Então eu disse:
-Eu nunca mataria vocês... Vocês se mataram.


Nesse instante os dois começaram a se contorcer e ficar sem ar. Eu via o pavor nos olhos nos dois e gargalhava.
Não demorou muito para o sangue começar a jorra da boca de ambos e eles se contorceram até a morte.
Estricnina no vinho. Sem digitais, sem provas nem testemunhas.
Deixei o Skillet tocando e fui embora. Me certifiquei de que ninguém havia me visto.
Depois disso fui a policia.
Contei que eu havia chegado de viagem e meu namorado não havia aparecido no aeroporto. Que o telefone tocava e ninguém atendia e que eu estava muito preocupada.
Eles perguntaram se eu havia ido a casa dele e eu disse que sim, mas as portas estavam trancadas e dava apenas para ouvir uma música alta, mas que eu insisti em bater na porta e que ninguém atendia. Eu chorava e implorava por ajuda do policial.
Então eles foram comigo a casa. E arrombaram a porta.
A cena foi chocante. Meu namorado e a melhor amiga dele nus jogados no chão mortos.
Oh eu não podia acreditar.
HAHA.
Sai como a pobre namorada traída. Mas mesmo assim eu chorei no velório. Coitadinha de mim.
Um tempo depois saiu o laudo da perícia. Envenenamento.
Concluíram que Carla havia matado Diego, pois ele se recusara a se separar de mim, e por desgosto havia se matado também.
Nunca mais confiei em ninguém depois disso. Mas segui minha vida com muito sucesso e dinheiro farto.
Hoje depois de tudo que aconteceu sigo como nada tivesse acontecido, tenho uma familia feliz, ai dele se atreverem a não me fazer feliz.

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Laura Machado

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