Vosso escravo sendo eu, que mais esperar posso, Senão somente a vez de fazer vosso gosto?
O meu precioso tempo é só esse em que o vosso Desejo me mantém, como escravo em meu posto. Nem ouso reclamar contra a infindável hora
Durante a qual por vós, meu soberano, espero.
Nem no imenso amargor de quando fui embora,
Certa vez despedido, hoje pensar mais quero;
Nem me atrevo a inquirir ao cioso pensamento
Onde podeis estar e quais os vossos feitos.
Nada a atenção jamais desvia ao escravo atento,
Salvo o prazer que dais, sempre, aos vossos eleitos.
Tão puro é o tolo amor, que, no vosso querer,
Embora não me ameis, nada mau posso ver.
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[Texto] William Shakespeare,
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@laurarml
segunda-feira, 28 de setembro de 2009